segunda-feira, fevereiro 25, 2008

DECISÃO JUDICIAL IMPEDE O GOVERNO DE FORNECER MEDICAMENTO A DOENTE

Especial para o Jornal Edição do Brasil
Publicado na edição n° 1304, de 24 de de fevereiro a 02 de março de 2008

Os pacientes que sofrem de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) estão correndo alto risco de terem o problema agravado, caso não sejam tomadas providências urgentes para que eles voltem a receber gratuitamente o medicamento que foi suspenso por ordem de um desembargador mineiro.

Como o medicamento para esta enfermidade é muito caro, a maioria das pessoas não tem condições financeiras de arcar com as despesas do tratamento. Para se ter uma idéia, os dois medicamentos mais usados neste caso são o Revatio, produzido pelo Laboratório Pfizer, que chega a custar mais de R$2.000,00 e o Busantana, que pode gerar um gasto mensal de até R$12.000,00 para o paciente. Em Minas Gerais, a Secretaria de Saúde distribuía o remédio até pouco tempo atrás, no entanto, a distribuição foi cessada depois de uma decisão judicial.

A Associação Mineira dos Portadores de Hipertensão Arterial Pulmonar (AMIHAP) possui várias ações na justiça contra o Estado, pleiteando a volta da distribuição do medicamento em caráter emergencial. Marco Aurélio Pimenta Ferreira, um de seus advogados parceiros, se diz comovido com o problema e já se reuniu com o desembargador para exigir que a situação seja resolvida o mais breve possível.

Segundo ele, o caso é muito crítico e pode causar danos irreparáveis aos pacientes. Questionado sobre a postura do desembargador, Marco Aurélio diz que é necessário ver também o outro lado da moeda. Nesse caso, segundo ele, o desembargador achou que teve elementos necessários paraintervir na distribuição. “Eu entrei com a defesa e estou aguardando”, argumenta.

Marco Aurélio diz que o governo não faz favor nenhum ao distribuir medicamento gratuitamente

O advogado não concorda com essa decisão, visto que, na sua opinião, o estado não está fazendo nenhum favor ao distribuir o medicamento. “Isso é um direito nosso, de qualquer cidadão” Ele aconselha aos portadores da doença que ainda não entraram na justiça a procurarem um advogado para mover uma ação contra o Estado para requerer o que eles têm direito. “É obrigação do Estado distribuir os medicamentos. Eles recebem impostos pra isso”, desabafa o defensor.

Marco Aurélio se diz confiante quanto à resolução desse problema e que, se necessário, tomará outras medidas junto à Corregedoria de Justiça. Ele se sente feliz por ter sido convidado pela AMIHAP para lutar em prol dessa causa e acha que é muito gratificante poder ajudar as pessoas. O advogado, que estudou em universidade pública, diz que, fazendo isto, ele está devolvendo à sociedade algo de útil. “Eu sempre tive esse gosto pra devolver pra sociedade o que ela me deu. Isso pra mim é uma honra”, completa.

Marco Aurélio agradece a ajuda dos, também advogados, Denis Junqueira Sampaio Lima e Maria Aparecida Paulielo de Melo. Os três fazem parte da Comissão de Direito Eleitoral da OAB. O advogado complementa que a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereadora Ana Paschoal, pediu a ele uma atenção especial ao caso. Ou seja, dado à gravidade da situação, muitas pessoas estão unidas com o intuito de encontrar uma solução para o problema.

A Hipertensão Arterial Pulmonar é uma doença rara e traz conseqüências graves no caso de o paciente não tomar o medicamento, podendo inclusive causar a morte. Ela aumenta a pressão do sangue que passa pela artéria pulmonar causando um esforço maior do coração para bombear o sangue, o que leva à insuficiência do órgão. Em alguns casos pode haver a necessidade de transplante. Cerca de 60% dos portadores da HAP que não recebem tratamento adequado acabam morrendo. A sobrevida após o diagnóstico é de, aproximadamente, dois anos.

Os principais sintomas da doença são falta de ar progressiva, desmaios, vertigem, fadiga, inchaço nos tornozelos e pés, dor no peito, dilatação no fígado e abdome etc. Vale lembrar que estes são sintomas comuns também em outras doenças. O estado de São Paulo é o primeiro a elaborar um protocolo da doença no país e oferece tratamento aos pacientes com remédios aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Hospital da Beneficência Portuguesa daquele estado é referência no atendimento aos portadores de HAP. “Atendemos vários pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar. A Beneficência Portuguesa de SP é um centro de excelência, com recursos médicos e de exames para realização do diagnóstico e acompanhamento desses doentes. Alguns chegam até a precisar de transplante de pulmão, quando há falha no tratamento com remédios”, diz Ciro Kirchenchtejn, pneumologista do hospital.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

MEDICINA USA ROMÃ E TOMATE NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA

Especial para o Jornal Edição do Brasil
Publicado na edição n° 1302, de 10 a 17 de fevereiro de 2008

O câncer de próstata é um mal que vem assusta
ndo a população masculina nos últimos anos. De acordo com pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil terá, em 2008, cerca de 49 mil novos casos da doença. Diante da grande preocupação da medicina em combater essa enfermidade, estudos mostram que o suco da romã, assim como o de tomate tem grande eficácia no tratamento desse tipo de câncer.

De acordo com um artigo publicado na revista Clinical Cancer Research, os pacientes com câncer de próstata que fizeram uso do suco de romã durante estudos científicos, tiveram grande melhora, pois o suco interrompe a proliferação das células do câncer. No entanto, a nutricionista Christianne Souza de Oliveira acha cedo para comemorar esta conquista. Segundo ela, ainda serão necessários novos estudos para que se confirme uma maior eficácia do suco de romã no tratamento.

Christianne lembra que outra fruta comumente usada na prevenção do câncer de próstata é o tomate. Conforme a nutricionista, existe na casca do tomate um pigmento chamado licopeno que tem ação comprovada cientificamente na prevenção do CP. Entretanto, ela adverte: “é preciso lembrar que isto reduz as chances do surgimento da patologia, mas é como a travessia de pedestres na sinaleira que reduz consideravelmente a chance de atropelamento, mas não elimina totalmente o risco”, observa.

Christianne diz ainda que o paciente com câncer de próstata deve perguntar ao seu médico sobre tudo aquilo que ele tiver dúvidas. Pois o conhecimento fará com que ele execute com mais facilidade as orientações médicas. Segundo ela, é imprescindível que o paciente tenha um bom estado nutricional para que se tenha mais eficiência no tratamento. Portanto, ela sugere que, caso o paciente não tenha sido encaminhado a um nutricionista, ele deverá solicitar ao seu médico que o faça.

O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Sidney Glina diz que os homens devem começar o acompanhamento com um urologista a partir dos 40 anos. Ele adverte que a população masculina deve ter uma preocupação constante com a sua saúde e que, evitar o uso de álcool e cigarro e praticar exercícios é de fundamental importância.

O câncer de próstata pode ser descoberto de duas maneiras. Através do exame Antígeno Prostático Específico (PSA), que mede o nível de antígeno produzido pela próstata e através do Toque Retal Digital (TRD), que ainda gera uma certa resistência nos homens, devido ao preconceito. Depois de descoberto, faz-se uma confirmação através de um terceiro exame que, no caso, é uma biópsia.