sexta-feira, maio 20, 2011

UM SIMPLES MINEIRO VISITA A CHINA

Foi em 1999. Eu estava desempregado e resolvi ir ao centro de Belo Horizonte para esquecer um pouco os problemas. Era um domingo. Pensei em comprar um jornal para verificar o caderno de classificados em busca de um trabalho. Ao conferir meu dinheiro, notei que não era suficiente para comprar o jornal e pagar a passagem de volta. Cheguei a pensar: Deus pode fazer com que eu encontre um jornal na rua. Acabei me esquecendo daquilo e continuei andando.

Em um dado momento, quase na esquina da Rua Curitiba com Tamoios, olhei para o chão e vi um jornal todo bagunçado na calçada. Pensei em pegá-lo, mas ao mesmo tempo passou pela minha cabeça que ninguém jogaria fora um jornal novo. Resolvi então pegá-lo e, após constatar que era um jornal daquele dia, fui direto aos classificados. Circulei dois dos vários anúncios que me interessaram e fui para casa. Na segunda feira bem cedo, tratei de me arrumar e fui em busca do trabalho que eu tanto precisava.

A primeira empresa era um grande hotel, famoso pela má administração do seu proprietário. Ali chegando, fui direto ao departamento de pessoal. Após uma breve entrevista, a filha do dono do hotel pediu-me que eu a aguardasse enquanto ela conversaria com o pai. Minutos depois ela voltou sorrindo e disse: “você é o nosso mais novo gerente comercial”. Meio sem entender, combinei que começaria no dia seguinte e sai pensativo. Lembrei-me que eu havia circulado outra empresa no jornal e resolvi dar uma passadinha lá também.

Ao ver uma enorme fila no local, ocupei o último lugar. Minutos depois, surgiu um chinês que me perguntou se eu falava inglês. Ao responder que sim, fui convidado a entrar. Depois de uma longa conversa em inglês, o tal chinês me pediu para voltar na manhã seguinte, pois a empresária, dona da loja que abriria as portas naquele local, era sua tia, e a palavra final sobre a contratação, seria dela.

Para minha surpresa, ao chegar lá na terça feira, havia uma chinesa na porta. Ela sorriu para mim e disse que eu estava contratado como gerente da sua loja. Tratei logo de ligar para o hotel e dispensei a vaga que me fora oferecida.

Na mesma semana, fomos para São Paulo, onde permanecemos por 15 dias. Como os chineses tinham um amigo na capital paulista, resolveram ficar na casa dele e me hospedaram em um hotel, com todas as despesas por conta da empresa. Poucos dias após voltarmos de São Paulo, inauguramos a loja.

Em uma certa tarde, dois meses depois da inauguração, a chinesa me fez uma pergunta que eu cheguei a pensar que estava sonhando. “Você gostaria de conhecer a China?" Eu, meio sem entender a pergunta, respondi: eu jamais teria condição financeira para fazer uma viagem como essa! Ela olhou-me sorrindo. “Não perguntei se você teria condição de pagar. Estou perguntando se você quer viajar para a China comigo”.

Quando notei que não era um sonho e que eu realmente teria a oportunidade conhecer uma cultura tão diferente da nossa, acertamos a data da viagem. Como ela precisava resolver negócios na África do Sul, viajou primeiro e tratamos de nos encontrar uma semana depois, em Joanesburgo, capital sul-africana. Ali permanecemos por alguns dias, viajando por várias cidades. Outras pessoas da família chinesa viajavam conosco.

Depois de conhecer lugares que eu jamais imaginara, chegou o dia de embarcarmos para a China. Nossa primeira escala foi em Hong Kong. Uma cidade extremamente bela. Seu aeroporto internacional foi construído na orla marítima e tinha acabado de ser inaugurado. Dali tomamos outro avião rumo a Shangai, nosso destino final.

Os dias que ali passamos foram para mim dias de contentamento. Visitamos os principais pontos turísticos da cidade. Aonde íamos, eu me sentia uma celebridade, afinal, todo mundo naquela cidade mexia comigo. Isso foi fantástico.

Na volta passei novamente em Joanesburgo, onde fiquei por mais três dias. Ainda no aeroporto daquela cidade, momentos antes do meu embarque de volta ao Brasil, comecei a sentir-me mal, indo parar em um posto médico ali mesmo. Em uma cadeira de rodas fui levado até ao avião.

Ao chegar aqui, meu estado de saúde se agravou e acabei internado por 20 dias, descobrindo mais tarde que eu estava com tuberculose. Passei por um longo tratamento e venci. Hoje não apresento nenhuma seqüela da doença e guardo comigo eternas recordações de um sonho que eu vivi acordado.

Você que está lendo esse depoimento, se deseja realizar um sonho, ainda que impossível, nunca desista. Um dia, quando você menos esperar, a sorte baterá em sua porta, assim como ela bateu na minha e me fez muito feliz!

terça-feira, maio 03, 2011

BELO HORIZONTE DIZ NÃO ÀS SACOLAS PLÁSTICAS

Visando diminuir o impacto causado ao meio ambiente pelas sacolas feitas de polietileno, as tradicionais “sacolas de supermercado”, a partir de 19 de abril está probibido o uso das mesmas pelos comerciantes de Belo Horizonte, de acordo com a lei 9.529, sancionada pelo então prefeito Fernando Pimentel, em 27 de fevereiro de 2008 e que estabelecia um prazo de três anos para que a população se adequasse às novas normas. A capital mineira foi a primeira no País a tomar uma decisão neste sentido.

A produção desenfreada de material como este gera grandes prejuízos ao planeta como o entupimento de bueiros causando enchentes, a dificuldade de o lixo orgânico se decompor nos aterros sanitários etc. As sacolas feitas com derivados do petróleo podem levar de 300 a 400 anos para se decomporem. Em contrapartida, as sacolas biodegradáveis levam, no máximo, 18 meses para o processo de decomposição.  O problema é que elas custam, em média, R$0,19 cada e serão vendidas aos clientes, casos estes não tenham outra alternativa para levarem suas compras para casa, o que não está agradando a uma grande parte dos consumidores.

A saída encontrada pela maioria da população tem sido o uso de caixas de papelão e também uma diversidade de sacolas ecológicas. Com isso muitas pessoas passaram a criar novos modelos para vender, garantindo uma ajuda extra no orçamento. A mineira Keila Cristina de Oliveira, de 27 anos, acha que a ideia da proibição acaba sendo mais uma maneira de fazer as pessoas gastarem dinheiro, uma vez que as sacolas biodegradáveis deverão ser compradas. Entretanto, ela está ajudando a uma amiga na confecção de bolsas e espera ter um bom retorno financeiro, já que a procura está em alta. “Não é uma sacola que você usa e joga fora. Dá pra usar por muito tempo”, comenta Keila.
Este é um dos modelos de bolsa ecológica produzidos por Keila e a amiga
A lei prevê uma multa inicial de R$1.000,00 para o comerciante que insistir no uso das sacolas de polietileno, podendo aumentar e até  chegar à cassação do alvará de funcionamento, em casos mais graves.

Agora é esperar a fase de adaptação e torcer para que dê bons resultados. Cada um, a seu modo, se adequa à nova lei e contribui para um planeta menos poluido!

Fonte: administradores.com.br