domingo, setembro 09, 2007

A ÉTICA NO JORNALISMO

O avanço tecnológico mundial tem possibilitado vários benefícios para a humanidade que busca, a cada dia, melhorar a sua qualidade de vida. À medida que o tempo passa o povo vai se adequando aos novos inventos e, como num passe de mágica, tem a facilidade de ter o mundo em suas mãos com um simples toque no teclado do computador.

Não poderia ser diferente no campo jornalístico. As informações são transmitidas simultaneamente aos acontecimentos, claro que com a ajuda da tecnologia. Mas não basta apenas informar. É preciso ser ético ao dar a informação, aliás, a ética deve estar presente em todos os setores e aspectos da vida e da cultura de um país.

A ética é uma referencia para que a sociedade se torne cada vez mais humana. Ela é uma reflexão crítica sobre a moralidade.

A ética não é assunto em pauta somente no Brasil, porém, há motivos de sobra para nos preocuparmos com ela. O fato é que a cada dia o país afunda numa degradação moral, conforme opinião do jornalista Leonardo Boff. Na política é mais evidente, no entanto, não há campo algum que esteja livre das falcatruas. No jornalismo, por exemplo, alguns veículos não se preocupam com a qualidade da informação e sim com o furo de reportagem. Todos querem ser o primeiro a noticiar tal fato e o quesito ética se distancia consideravelmente.

A divulgação de notícias jornalísticas em ritmo sempre mais acelerado nos últimos anos envolve, por um lado, corrupções, denúncias de injustiças, desvios sociais e crimes e, por outro, referências a erros, desrespeito à privacidade dos cidadãos e coloca a mídia no centro das discussões sobre os limites entre a liberdade de informação e a liberdade de expressão.

Existem duas correntes teóricas predominantes na sociedade contemporânea que se confrontam no espaço público quando se trata de questões relacionadas à ética. A primeira “liberal” defende a tese de que a sociedade tem autonomia para estipular suas próprias normas e regras. A segunda “igualitária ou estatal” propõe que o Estado fundamenta-se como guardião das regras e normas sociais, sendo responsável por proteger a liberdade coletiva dos indivíduos.

Segundo o jornalista Cláudio Abramo, “a ética é uma só. A ética do jornalista é a mesma do marceneiro. Só que o marceneiro, quando constrói mal uma cadeira, no máximo causa uma queda ou um prejuízo, mas o jornalista, quando produz mal uma notícia, pode causar danos irreparáveis”.

O caso da Escola Base em São Paulo é um bom exemplo a ser citado, no qual pessoas inocentes acabaram tendo seus nomes envolvidos, o que causou graves danos morais, sendo, portanto, inaceitáveis. Na pressa de informar, esqueceu-se de buscar a verdade, o que é primordial nas notícias de credibilidade.

Casos como este não são raros. Eles acontecem a todo momento, porém, na maioria das vezes não se tornam públicos. Por outro lado há os que fogem dos conceitos de ética e acabam se dando bem. É o que aconteceu com Stephen Glass, repórter de um conceituado veículo em Washington. Ele assinou inúmeras matérias que não passavam de fruto da sua imaginação até que um repórter de um concorrente descobriu a sua farsa e o desmascarou. Stephen Glass

Fato semelhante aconteceu com outro jornalista do New York Times em 2003. Trata-se de Jayson Blair que acabou mergulhando o Times em uma de suas mais sérias crises em 152 anos de existência.


Nenhum comentário: