terça-feira, outubro 16, 2007

A LONGEVIDADE PEDE PASSAGEM

Especial para o Jornal Edição do Brasil
Publicado na edição n° 1287, de 14 a 21 de outubro de 2007

No último dia 1° foi comemorado o Dia Internacional do Idoso. A terceira idade, cobiçada por uns e temida por outros, está cada dia mais se alongando a ponto de surgir um novo termo para as pessoas com idade acima de 80 anos. A quarta idade. Devido aos cuidados especiais tomados por essa gente, a longevidade abre caminho e hoje já é comum encontrar aqueles que vivem mais de um século. À medida que o mundo se evolui a expectativa de vida da humanidade aumenta consideravelmente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem hoje no Brasil mais de dez mil pessoas com cem anos ou mais.

Se analisarmos o início do século XX podemos ter uma idéia das mudanças ocorridas no tempo de vida dos brasileiros. Dados do mostram que, em 1900, a expectativa de vida do brasileiro era de apenas 33,4 anos. Em 2000, passou para 64,8 e no ano passado chegou a 72,4. Em Minas Gerais, essa expectativa, em 2006, era de 74,4 anos. Estima-se que em 2050 o número de brasileiros com mais de 80 anos supere o de jovens com idade entre 20 e 24 anos.

Assim como no Brasil, outros países mundo afora estão vivenciando esta transformação. É o caso do Japão, onde a população com mais de 80 anos atingiu, em 2007, a casa dos sete milhões, o que representa quase 6% da população japonesa, conforme dados do Ministério de Assuntos Internos e Comunicação daquele País.

O aumento na expectativa de vida faz com que haja mais preocupação com as pessoas que estão tendo esse privilégio de passar dos 60. Com o intuito de desenvolver atividades específicas para a terceira idade, o Serviço Social do Comércio (SESC), iniciou, ainda em 1976, um trabalho voltado para esse público, se tornando pioneiro nessa prestação de serviços. Há exatos 31 anos, portanto, surgia o primeiro grupo de idosos no SESC Carlos Prates, em Belo Horizonte.

Qualidade de vida

Fernando Penido é responsável pelo trabalho social com os idosos do Sesc

Fernando Penido, responsável pelo trabalho social com os idosos do Sesc, conta que naquela época eles procuravam a instituição em busca de lazer. Diante dessa demanda, surgiu a idéia de lançar um programa. Através da formação de grupos de convivência, esse programa inclui atendimento na área da saúde, com a medicina preventiva, turismo social, cultura, esportes e lazer.

Conforme explica Fernando, são desenvolvidas diversas atividades com a terceira idade. A maioria delas é terceirizada, mas cada grupo tem um funcionário do Sesc responsável por ele. Dentre as inúmeras atividades oferecidas pela instituição na Capital e no interior de Minas, estão hidroginástica, natação, Ioga, caminhadas dança de salão, artes cênicas, trabalhos artesanais, dinâmica de grupo, recreação etc.

A quarta idade, termo que está se tornando comum no Brasil e que é usado para as pessoas acima de 80 anos, é outra preocupação do Sesc/MG. Recentemente ocorreu em Belo Horizonte o Fórum Técnico “Quarta Idade, Nova Perspectiva do Tempo”. O evento teve como objetivo tratar dos assuntos relacionados aos aspectos genéticos e ambientais da vida na quarta idade, a importância das atividades físicas, sociais e culturais para se alcançar uma longevidade saudável.

Em tempos de globalização o Sesc não fica atrás. Os idosos que são seus associados têm à sua disposição um curso de informática. Essa é uma maneira de fazer com que aprendam a ter contato com o computador, visto que o indivíduo do mundo moderno precisa se familiarizar com as novidades na comunicação. Além disso, aqueles que tiverem interesse em aprender outro idioma, têm a oportunidade de fazê-lo através do curso de idiomas oferecido pelo Sesc.

Viaja Mais

Pensando no bem estar dos brasileiros “mais experientes”, o governo federal também faz a sua parte. Ele lançou no mês passado o Programa Viaja Mais-Melhor Idade, visando oferecer pacotes turísticos com preços especiais para as pessoas com mais de 60 anos, aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Além da vantagem nos preços, é oferecido crédito consignado, com desconto na folha do INSS, juros de 1% e parcelamento em até 12 vezes.

Segundo Wallace Fernandes, diretor da Alvo Turismo, a procura por viagens através desse programa ainda não decolou totalmente, visto que, no momento, as saídas ocorrem apenas de São Paulo e Brasília. No entanto, o agente de viagens diz que houve um aumento significativo depois que o programa foi divulgado na televisão.

Wallace destaca a praticidade oferecida ao passageiro. Segundo ele, o indivíduo entrega a sua documentação na agência e ela cuida de todo o processo junto ao INSS, no caso da opção por financiamento com desconto em folha, oferecendo um maior conforto ao cliente, uma vez que se trata de pessoas da terceira idade.

Geisa Maria Emíla Moreira, vice-presidente do Conselho Estadual do Idoso, acha que qualquer iniciativa que favoreça a socialização do idoso é de extrema importância, no entanto, ela diz que o programa Viaja Mais – Melhor Idade não se estende a todos os idosos. “Nós temos que pensar em incluir não só o idoso de baixa renda, mas o idoso de classe média, o de classe alta, porque todos eles estão alijados daquele que é o espaço social”, alerta.

Geisa informa que recentemente foi criada em Minas Gerais a “Campanha de Valorização da Pessoa Idosa”. Segundo ela, entre os meses de setembro e dezembro o Conselho promoverá nos espaços midiáticos, palestras relacionadas ao processo de envelhecimento e à velhice no Brasil. Geisa diz ter sugerido ao Conselho Nacional de Direitos dos Idosos (CNDI), em Brasília, que a campanha se torne nacional, “Há necessidade cada vez maior de uma educação também, de uma mudança de cultura em relação ao envelhecimento”, argumenta.

Ela acredita que a divulgação das questões relacionadas ao envelhecimento fará com que as pessoas reflitam e se perguntem sobre o idoso. A vice-presidente convoca os brasileiros e, principalmente os mineiros, a se engajarem na campanha que tem uma proposta diferente para o encerramento. “Dê um presente para o Papai Noel”.

A idéia é arrecadar presentes a título de doações para serem entregues aos diversos !Papais-Noéis”. “Normalmente o velho é visto como o Papai Noel e é aquele que dá presente para o jovem. E a gente quer inverter um pouco essa imagem, pensando no idoso que está sozinho, o idoso que não tem família, pessoas de baixa renda e que não tenham condições tão boas de sobrevida, exatamente por causa das condições sócio-econômica”.

Geisa espera poder contar com a solidariedade de empresários e das empresas que têm a responsabilidade social efetiva, inclusive empresas de fraldas geriátricas, no sentido de doarem objetos para a campanha. Os empresários que tiverem interesse em fazer doações devem ligar para o Conselho Estadual do Idoso: 32229737, das 08:00h às 17:00h, de segunda a sexta feira. Para informações sobre os programas para a terceira idade no SESC, ligue para: 32791424. Programa Viaja Mais-Melhor Idade: 33375367.



terça-feira, outubro 02, 2007

MELHORIAS NA AABB DEPENDEM DE SÓCIOS

Especial para o Jornal Edição do Brasil
Publicado na edição n°1285, de 30 de setembro a 7 de outubro de 2007

Fundada em 1953, a Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), em Belo Horizonte, acaba de eleger um novo presidente que assumiu o mandato em 1° de setembro. Trata-se do mineiro Carlos Luiz Teixeira Ribeiro, 58 anos, que foi funcionário do BB por mais de 28 anos e está aposentado há cinco. Segundo ele, nos últimos meses ele exerceu um mandato “tampão”, ocupando o lugar do presidente anterior que se afastou da entidade.

Conforme Carlos Luiz, existe hoje mais de 1200 AABBs espalhadas por diversos municípios de todo o país. Cada uma delas com o seu respectivo presidente.

Segundo o novo presidente, vários projetos de melhoria do clube estão na pauta da sua gestão como a reforma dos banheiros, sauna, piscina oval, o aquecimento da piscina semi-olímpica, ampliação da sala de jogos, implementação de uma colônia de férias etc. No entanto, as prioridades dessas obras serão determinadas através de uma pesquisa que será feita entre os sócios, uma vez que eles são os responsáveis por essa definição.

O clube está instalado numa área de 130.000m² às margens da Lagoa da Pampulha, região nobre da capital, e oferece uma excelente infra-estrutura aos seus associados que somam hoje mais de dois mil.

Quem circula pela av Otacílio Negrão de Lima, nas proximidades do Museu de Arte, depara com a beleza do clube que por si só rouba a cena. Nesses tempos de poluição, a bela vista do clube é um colírio para os olhos.

Infra-estrutura

O atual cenário da AABB nem se compara ao de décadas atrás quando o terreno, de proporções bem menores, foi adquirido e, com o passar dos anos, foi ganhando benfeitorias e crescendo até se tornar um exuberante local de lazer.

Pelo tamanho do seu Ginásio Poliesportivo é possível imaginar a grandeza do clube. Ele está preparado para receber 5.000 pessoas e é considerado um dos mais completos de Belo Horizonte. Além de torneios, campeonatos e outros eventos esportivos o ginásio é também palco de shows e convenções.

Dentre as opções para a prática de esporte o clube conta com duas quadras de vôlei, sete quadras de peteca, duas de futsal, uma de basquete e um campo de futebol oficial. Nos finais de semana deverão ser implantadas escolinhas de vôlei e futsal.

O parque aquático é composto por duas piscinas para adultos, sendo uma delas oval e com toboágua e uma semi-olímpica. A garotada tem à sua disposição uma piscina com parque de diversões.

O clube está instalado numa área de 130.000 m², às margens da Lagoa da Pampulha

O salão de festas da AABB é palco de grandes eventos e tem capacidade para receber 800 pessoas confortavelmente, além de ser climatizado e possuir isolamento acústico. O salão é usado para eventos, tanto da própria AABB e do Banco do Brasil, como também é locado por cerimoniais de alto conceito na capital para a realização de suas festas. As comemorações menores são realizadas num espaço alternativo, equipado com churrasqueira, freezer, área de lazer e banheiros.

Além de poder contar com toda essa estrutura os sócios ainda têm à sua disposição um amplo estacionamento para 600 veículos.

Para se tornar sócio da AABB não é obrigatório ser funcionário do Banco do Brasil. Essa possibilidade estende-se aos parentes dos funcionários e também à toda a comunidade, desde que a indicação seja feita por um sócio. O clube não comercializa cotas. O sócio comunitário paga uma taxa de adesão no valor de R$450,00 e R$90,00 de mensalidade. Já para os parentes de funcionários a taxa de adesão cai para R$300,00 e a mensalidade para R$ 60,00. No caso de funcionário não existe a cobrança da taxa de adesão e o valor da sua mensalidade é de R$60,00.

Para que a AABB funcione a todo vapor ela conta hoje com mais de 50 funcionários os quais fazem tudo para manter o clube em ótimas condições de uso. Essa preocupação faz com que o local seja uma excelente opção de descanso e lazer para seus associados.

A proposta do atual presidente é fazer uma gestão colegiada, ou seja, com a participação efetiva dele e de todos os vice-presidentes nas decisões do clube.

Carlos Luiz foi funcionário do Banco do Brasil por mais de 28 anos

Segundo Carlos Luiz, quem administra o clube são os próprios associados, de uma maneira indireta. Ele afirma que a sua administração será compartilhada com os anseios dos sócios. No entanto, pede a colaboração de todos no sentido de ajudar na conservação do clube, preservando a beleza natural que oferece uma melhor qualidade de vida a todos os que desfrutam de momentos agradáveis ali. “Continuem confiando na nossa transparência e na nossa experiência nessa nova gestão”, completa o novo presidente.

Para informações mais detalhadas sobre o clube da AABB, ligue para: 34909900 ou visite o site: www.aabbbh.com.br.

sábado, setembro 15, 2007

CLUBE DOS OFICIAIS É OUTRO ORGULHO DA POLÍCIA MILITAR

Especial para o Jornal Edição do Brasil
Publicado na edição n° 1284, de 23 a 30 de setembro de 2007

Situado no charmoso bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte, o Clube dos Oficiais da Polícia Militar (COPM) serve de refúgio para seus sócios que ali comparecem para desfrutar de momentos agradáveis nas confortáveis dependências que contam com uma excelente infra-estrutura. O clube foi inicialmente instalado no bairro Santa Efigênia, ainda na década de 1940. Dali, anos mais tarde, foi transferido para o local atual, ao lado da Academia de Polícia Militar.

Wilson Gomes da Silva, major reformado da PM e sócio do Clube dos Oficiais há 55 anos, conta que ajudou na construção das piscinas do COPM por volta de 1955. Na época Wilson era cabo. “Aqui em Belo Horizonte não tem clube igual ao nosso não! Comenta orgulhoso”.

Eventos como recepções de casamento, aniversários, coquetéis e bodas podem ser realizados confortavelmente nos salões de festas do COPM. O maior deles é o Topázio, com capacidade para 1200 pessoas. Ao todo são cinco salões. Um deles foi inaugurado recentemente e ganhou o nome de Magirus, uma homenagem do Corpo de Bombeiros ao COPM. O clube conta também com um auditório que acomoda 368 pessoas.

Já na área desportiva existem à disposição dos sócios seis piscinas, sendo que uma delas é olímpica, uma para saltos ornamentais e uma térmica. E não pára por aí. Há ainda um ginásio poliesportivo, sete quadras de peteca, parque infantil, sala de ginástica, sala de musculação, quadra de tênis, duas quadras de vôlei, quadra de futsal e basquete, sauna, sala de sinuca e muito mais. O COPM pensou até nos esportes radicais e colocou à disposição dos usuários um paredão de escalada.

Existem à disposição dos sócios seis piscinas, sendo uma delas olímpica

Cursos como natação, tae kown do, karatê, musculação, ginástica, dança de salão, basquete, tênis coletivo e vários outros são oferecidos aos usuários do clube a preços módicos.

Quando a fome bater, não há porque se preocupar. Existe no local um restaurante panorâmico, pizzaria e três lanchonetes. Todos bem preparados para atender aos sócios com muito conforto.

Preocupado com os sócios do interior que eventualmente venham à capital e precisem de hospedagem, o COPM dispõe do Hotel de Trânsito. Em casos excepcionais os sócios que residem em Belo Horizonte e Região Metropolitana (RMBH) poderão usufruir dos serviços do hotel, claro que com a devida autorização da diretoria.

Cada sócio tem direito a hospedar-se gratuitamente por um período de até cinco dias por mês. No caso de o sócio precisar estender a sua permanência no hotel será cobrado um valor de acordo à tabela de preços vigente. Segundo o superintendente do COPM, coronel Carlos Roberto da Silva, o hotel acaba de ser ampliado, passando de 28 apartamentos, para 51, equipados com TV, frigobar e ventilador de teto. A inauguração dessa ampliação será em 23 de setembro, às 16:00h e terá a presença da dupla sertaneja, Alan e Alex. Vale destacar que o Hotel de Trânsito é destinado a hospedagens de períodos curtos, o que faz com que a procura seja grande.

Além de contar com hospedagem confortável em Belo Horizonte, os sócios do COPM têm à sua disposição, duas colônias de férias que oferecem o mesmo conforto. Uma em Boa Esperança (MG), e outra em Capapebus (RJ).

Quem pensa que o Clube dos Oficiais da Polícia Militar só aceita sócios vinculados à PM, se engana. Cinco por cento das cotas do clube são destinadas à sociedade civil, conforme informa o coronel Roberto. Segundo ele, o número de sócios titulares é de, aproximadamente, seis mil, podendo chegar a 25 mil, se incluídos os sócios dependentes.

Portanto, se você deseja informações sobre como se associar ao COPM ligue para o telefone: 32902600, ou visite o site: www.clubedosoficiais.org.br, para conhecer o seu novo ponto de lazer.

domingo, setembro 09, 2007

A ÉTICA NO JORNALISMO

O avanço tecnológico mundial tem possibilitado vários benefícios para a humanidade que busca, a cada dia, melhorar a sua qualidade de vida. À medida que o tempo passa o povo vai se adequando aos novos inventos e, como num passe de mágica, tem a facilidade de ter o mundo em suas mãos com um simples toque no teclado do computador.

Não poderia ser diferente no campo jornalístico. As informações são transmitidas simultaneamente aos acontecimentos, claro que com a ajuda da tecnologia. Mas não basta apenas informar. É preciso ser ético ao dar a informação, aliás, a ética deve estar presente em todos os setores e aspectos da vida e da cultura de um país.

A ética é uma referencia para que a sociedade se torne cada vez mais humana. Ela é uma reflexão crítica sobre a moralidade.

A ética não é assunto em pauta somente no Brasil, porém, há motivos de sobra para nos preocuparmos com ela. O fato é que a cada dia o país afunda numa degradação moral, conforme opinião do jornalista Leonardo Boff. Na política é mais evidente, no entanto, não há campo algum que esteja livre das falcatruas. No jornalismo, por exemplo, alguns veículos não se preocupam com a qualidade da informação e sim com o furo de reportagem. Todos querem ser o primeiro a noticiar tal fato e o quesito ética se distancia consideravelmente.

A divulgação de notícias jornalísticas em ritmo sempre mais acelerado nos últimos anos envolve, por um lado, corrupções, denúncias de injustiças, desvios sociais e crimes e, por outro, referências a erros, desrespeito à privacidade dos cidadãos e coloca a mídia no centro das discussões sobre os limites entre a liberdade de informação e a liberdade de expressão.

Existem duas correntes teóricas predominantes na sociedade contemporânea que se confrontam no espaço público quando se trata de questões relacionadas à ética. A primeira “liberal” defende a tese de que a sociedade tem autonomia para estipular suas próprias normas e regras. A segunda “igualitária ou estatal” propõe que o Estado fundamenta-se como guardião das regras e normas sociais, sendo responsável por proteger a liberdade coletiva dos indivíduos.

Segundo o jornalista Cláudio Abramo, “a ética é uma só. A ética do jornalista é a mesma do marceneiro. Só que o marceneiro, quando constrói mal uma cadeira, no máximo causa uma queda ou um prejuízo, mas o jornalista, quando produz mal uma notícia, pode causar danos irreparáveis”.

O caso da Escola Base em São Paulo é um bom exemplo a ser citado, no qual pessoas inocentes acabaram tendo seus nomes envolvidos, o que causou graves danos morais, sendo, portanto, inaceitáveis. Na pressa de informar, esqueceu-se de buscar a verdade, o que é primordial nas notícias de credibilidade.

Casos como este não são raros. Eles acontecem a todo momento, porém, na maioria das vezes não se tornam públicos. Por outro lado há os que fogem dos conceitos de ética e acabam se dando bem. É o que aconteceu com Stephen Glass, repórter de um conceituado veículo em Washington. Ele assinou inúmeras matérias que não passavam de fruto da sua imaginação até que um repórter de um concorrente descobriu a sua farsa e o desmascarou. Stephen Glass

Fato semelhante aconteceu com outro jornalista do New York Times em 2003. Trata-se de Jayson Blair que acabou mergulhando o Times em uma de suas mais sérias crises em 152 anos de existência.


sábado, agosto 04, 2007

POLUIÇÃO DO AR E CLIMA EM BELO HORIZONTE

Parece mesmo que as geleiras do Himalaia estão predestinadas a ir por água abaixo. Isso se a humanidade não der a sua contribuição para conter o aquecimento do planeta que tende a aumentar nas próximas décadas. Segundo especialistas, boa parte das montanhas que separam a China do sul asiático já está comprometida, devido ao aquecimento causado pelo efeito estufa.

A situação não poderia ser diferente aqui pelas bandas de Minas Gerais, afinal, os mineiros também têm uma parcela de culpa na emissão de gases poluentes no ar, o que faz com que façamos também parte dos grupos de combatentes a esse mal, cada país à sua maneira, cada indivíduo a seu modo.

Belo Horizonte tem hoje uma boa qualidade de ar, se comparado às demais capitais do país, conforme afirma Beverly Wen Yuh Liu, técnica da Divisão de Monitoramento e Geoprocessamento da FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente). Segundo ela, a principal fonte de poluição do ar na capital são os veículos automotores.

As cidades de Contagem e Betim, na Região Metropolitana, possuem uma qualidade do ar muito inferior à de Belo Horizonte, devido às indústrias que ali operam e ainda pela direção do vento. "Os poluentes são tóxicos. Eles aumentam os riscos de doenças respiratórias, causam irritação nos olhos, no nariz e na pele. Além disso, deixam a cidade mais feia, mais suja", alerta a técnica da FEAM.

Contagem sofreu muito com a descarga de poluentes por parte da fábrica de Cimento Itaú Portland, uma das principais indústrias que operou na região. A indústria funcionou de 1945 a 1973, quando foi fechada devido aos altos índices de poluição que causava, com conseqüentes danos à saúde da população. Depois de muitos anos abandonada, em 1998 a área onde funcionava a Itaú ganhou um novo projeto transformando-se, hoje, em um complexo comercial, incluindo um shopping center.

Imponentes chaminés da extinta Itaú, construídas na década de 50 e preservadas pelo novo empreendimento.


Delmino Rosales de Oliveira, 53 anos, aposentado, conta que durante 24 anos foi motorista de ônibus em Belo Horizonte, sendo a metade desse tempo na região da Cidade Industrial. Segundo ele, há alguns meses começou a sentir fortes crises de tosse. O problema foi se agravando a ponto de ele perder o sentido várias vezes.

Em busca de atendimento médico, Delmino esteve no Hospital Odilon Behrens que o mandou para o Upa Venda Nova, onde aguardou por várias horas e também não conseguiu ser atendido.

Sem outra saída, ele procurou um médico particular que solicitou uma bateria de exames. Um desses exames detectou obstrução em uma narina e falta de oxigênio no pulmão. As causas do problema, segundo seu médico, são conseqüências da poluição, pelo fato de Delmino ter trabalhado vários anos em região altamente poluidora. Ele comenta sobre a fábrica de cimento Itaú, que era uma das grandes responsáveis pela poluição naquele tempo. “Os canteiros de hortaliça ficavam cobertos de um pó branco que colava”, recorda.



Delmino sofre as conseqüências da poluição até hoje



Há algumas décadas as indústrias eram menos fiscalizadas e, portanto, não se preocupavam com a questão da poluição ambiental. Com o passar do tempo a situação se agravou e foi necessário que se tomassem medidas de punição contra os responsáveis pela degradação do meio ambiente. Grandes poluidores como a Magnesita e a Mannesmann foram obrigadas a instalar filtros em suas chaminés para minimizar o problema.

Claro que os filtros não foram uma solução definitiva. No entanto, as altas multas aplicadas por desrespeito às leis ambientais fizeram com que as indústrias ficassem mais atentas e, pelo menos, tentassem diminuir os índices de gases poluentes que, além de degradar o ambiente, causam sérios riscos à saúde da população. Quem passa hoje na região da Cidade Industrial ainda sente o ar poluído, porém, se comparar ao passado, é possível notar uma menor concentração de poluição na região.

Ao fundo, discretas chaminés da Mannesmann ainda insistem em contaminar o ar

Os automóveis também estão entre os principais responsáveis pela poluição do ar. Ao queimar o combustível, eles eliminam gases como o monóxido de carbono e óxido de enxofre, dentre outros, e, com isso, provocam sérios danos ao meio ambiente. Existem ainda alguns motoristas que insistem em trafegar pelas ruas da cidade com seus veículos desregulados, o que faz aumentar ainda mais o índice de poluição.

Caio Marcio Souza de Castro Silva, fiscal da Bhtrans. (Estação BHBUS Venda Nova) diz que a punição para os donos de veículos que trafegam com níveis de poluição acima do estabelecido é baseada no Código Nacional de Trânsito de número 681-5, artigo 231 III, resolução n° 510/77. O infrator está sujeito a pagar uma multa no valor de R$ 127,69 e tem cinco pontos acumulados na carteira, sem contar que o veículo poderá ser retido até que se regularize o problema. Caio explica que somente em casos de blitz poderão ser aplicadas estas penalidades e que é necessário fazer um boletim de ocorrência.

Quem circula pelas ruas e avenidas de Belo Horizonte e da Região Metropolitana depara com outro problema muito grave que incomoda a todos. Ônibus circulando com problema na válvula injetora, o que faz com que uma fumaça negra seja despejada no ar, contagiando todo o ambiente. Neste caso, segundo o agente da Bhtrans, a empresa responsável pelo veículo é notificada e tem um prazo para solucionar o problema.




ônibus com válvula injetora desregulada circula normalmente pela cidade

Para o jornalista Eduardo Ferrari o aquecimento global atinge todos os cantos da terra de maneira visível e a capital mineira já sente os sintomas desse mal. Segundo ele, estudos médicos elegeram Belo Horizonte por muito tempo como a melhor cidade do país para tratamento de doenças respiratórias, justamente por ter um clima equilibrado.

Hoje tudo mudou. “Seu clima simplesmente enlouqueceu. O inverno dura apenas duas semanas. O calor aumentou. O ar se tornou seco. As enchentes tornaram áreas de risco as serras que cercam a capital. Doenças respiratórias atacam crianças e adultos”, lamenta.